Originalmente eu não me conhecia direito e sonhava em ser diplomata, cursar o Instituto Rio Branco (IRB). Para tanto, decidi prestar o vestibular e, em 1981, passei na famosa Faculdade de Direito do Largo São Francisco – almejava me especializar em Direito Internacional para daí galgar ao IRB.
Não me identifiquei com o curso de Direito. Resolvi então prestar vestibular para a ECA e, sem combinar, passei no curso de Biblioteconomia e Documentação juntamente com meu amigo mais chegado que um irmão, José Luís Machado! Foi uma coincidência incrível, sem termos conversado uma palavra sobre isso – ocorreu dele desistir da FEI e eu da São Francisco e fomos nos encontrar na ECA! Ambos tínhamos morado na Casa de Estudantes Harmonia em 1980, montamos uma chapa e ganhamos dos veteranos a eleição do grêmio estudantil por poucos votos de diferença, sem urnas eletrônicas e sem contestação dos perdedores!
O ambiente, o astral da ECA eram totalmente diferentes das Arcadas, o contraste nítido da faculdade mais antiga contra o da mais jovem da USP. Foi a mudança de um curso noturno no sombrio centro velho de São Paulo para animadas e ensolaradas manhãs no gramado da ECA no arborizado campus da USP na Cidade Universitária do Butantã.
Minha família morava em São Bernardo do Campo, seria complicado ir e voltar diariamente. Assim, morei em quartos alugados, repúblicas, até chegar ao Crusp, que à época era invadido, quase uma favela universitária, os elevadores não funcionavam e vários tapumes ausentes, até quedas houve.
Ah, que delícia era frequentar a piscina do Cepeusp!
Até do bandejão eu gostava! Almoçava e jantava lá, comia também a pipoca com provolone e cachorro-quente nos carrinhos que havia no campus.
Arranjei bons estágios e emprego que demandava muitas viagens prolongadas e acabei desistindo da ECA também. Casei-me e fui para a Inglaterra, lá fiz bicos diversos e acabei empregado como executivo de importação de uma importadora de frutas que as distribuía para as principais redes britânicas de supermercados.
Na ECA fiz amizades que perduram até hoje, mesmo sem encontrar ou falar por anos são relacionamentos atemporais, mais afetivos até do que da própria família.
Muitos me conhecem por Roberto, à época estava em crise de identidade… Desempregado aos 55 anos, em 2018 tive que me tornar refugiado econômico aqui no Japão, onde estou desde 2019, na esperança de voltar ao Brasil em 2028…
Aluno | Turma | Curso |
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Roberto Makoto Shimizu | 1982 | Biblioteconomia |
Olá Roberto
Creio que cheguei a te conhecer…
Meu nome é Andy…
Fiz várias faculdade, Poli, Física, Computação, Química…
Morei no CRUSP…