Chegado à leitura desde muito cedo, já no primário obtinha notas altas com meus escritos, comecei a fazer poesias lá pelos 13 anos e passei a editar o jornal do Colégio MMDC aos 16. Mesmo assim, não pensava numa carreira jornalística. Ingressei no movimento secundarista em 1967 e, para variar, fazia sozinho o jornal dos alunos. Depois, ingressando na luta armada aos 18 anos, a palavra escrita continuava sendo minha ferramenta principal, como comandante de Inteligência da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).
Vieram a captura, as torturas, o tempo de prisão. Ao sair, me dei conta de que meu sonho de cursar Filosofia evaporara, pois precisava de um emprego que me sustentasse. E aí me caiu a ficha de que o jornalismo acenava para mim há uma eternidade. Prestei vestibular para a ECA em 1971, entrei, cursei o 1º semestre em 1972 e abandonei, porque vivia em comunidade e precisei dar uma força para os companheiros no aluguel; empreguei-me numa empresa de comunicação empresarial.
Minha carreira decolou, mas intuí que a falta do diploma acabaria me alijando do mercado e prestei novo vestibular em 1978; entrei e fui até o fim. Continuei fazendo assessoria de imprensa e trabalhando em pequenas editoras até 1985, mas aí resolvi enfrentar o desafio da grande imprensa e, mesmo com prejuízo salarial no início, consegui me firmar, trabalhando até 2003. Depois, cinquentão e com dificuldades num mercado em crise, voltei a travar lutas políticas, meu livro autobiográfico me projetou, passei a receber pensão de anistiado político e continuo até hoje, aos 71, fazendo blog e artigos sem fins lucrativos.
Livro: Náufrago da Utopia
Blog: https://naufrago-da-utopia.blogspot.com/
Aluno | Turma | Curso |
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Celso Lungaretti | 1978 | Jornalismo |