ECA, a melhor falta de opção
O motivo de escolher a ECA para definir o meu futuro profissional nasceu no final dos anos 70. Terminava o antigo ginásio e sentia a necessidade de escolher uma profissão. Afinal, é isso que a sociedade geralmente impõe aos adolescentes. E eu precisava decidir como queria me sustentar.
Sempre gostei de esportes, futebol em particular, não dispensava uma bolinha com os colegas nem um joguinho pela tevê. Meu físico franzino e a miopia, no entanto, me impediram de seguir o sonho de ser um atleta profissional. Nem tentei, confesso. Para me manter próximo aos meus hobbies, concluí que a única maneira seria me tornar um jornalista esportivo.
Outras carreiras não me atraíam. Minhas performances em matemática, física, química e biologia me afastavam de Engenharia, Medicina ou Contabilidade. Sonhava em cobrir grandes eventos esportivos, Copas do Mundo, Olimpíadas, decisões de campeonato, entrevistar jogadores, técnicos, dirigentes. Minhas boas notas em português e outras matérias das Humanas diziam que aquele era o caminho.
Estudante de escola pública, condição zero de cursar uma faculdade particular, apostei as únicas fichas no vestibular da Fuvest. Não tinha opção. Depois de um ano mergulhado em livros e apostilas de cursinho, ao mesmo tempo que concluía o terceiro colegial, meu nome estava lá, estampado nas listas de aprovados da ECA, para meu alívio, emoção, esperança, sei lá mais o quê de mim e da minha família.
Meu caminho estava traçado. Havia aqueles antigos sonhos, nenhum realizado, mas surgiram outras realidades, todas importantes e reais, adicionadas ao longo do curso. Se a escolha da ECA foi por falta de opção ou não, foi a certa e descobriria depois que muito do que me tornei hoje como pessoa e jornalista devo àquela instituição, aos professores, colaboradores e colegas com quem convivi nos quatro anos seguintes.
Aluno | Turma | Curso |
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Waltair Martão | 1982 | Jornalismo |
Sim … foi um período de muita luta mas valeu a pena. Você é um homem e profissional muito honrado.