Sessão inaugural será dia 6/11 com dois filmes do acervo Thomaz Farkas
O ÁgoraECA inaugura na quarta-feira, 6/11, às 19h30, o Cineclube ÁgoraECA, com o objetivo de transmitir filmes de ecanos de todas as gerações. As exibições serão feitas por Zoom, sempre seguidas de um bate-papo com convidados.
Para a sessão inaugural, foram escolhidos dois filmes do acervo de Thomaz Farkas, como parte das comemorações de seu centenário de nascimento: “Nossa Escola de Samba” e “Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba”.
Após a exibição, haverá uma conversa com Zita Carvalhosa, que foi a produtora executiva de “Pixinguinha”, a diretora Maria Farkas (Cinema ECA) e o cineasta e curador Francisco Cesar Filho (Cinema ECA).
Venha assistir o filme com a gente: LINK DO ZOOM PARA EXIBIÇÃO
Sobre os filmes
Nossa Escola de Samba, fotografado e produzido por Thomaz Farkas em 1965, mostra o dia a dia da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel. Junto com os filmes Memórias do Cangaço (Paulo Gil Soares), Subterrâneos do Futebol (Maurice Capovila) e Viramundo (Geraldo Sarno), Nossa Escola de Samba (Manuel Giménez) integra o longa “Brasil Verdade” e está entre os filmes que inauguraram uma nova fase do documentário brasileiro, sendo um dos primeiros gravados com som direto no Brasil.
Este filme apresenta o ambiente social de um bairro da cidade do Rio de Janeiro onde se forma uma escola de samba: Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos de Vila Isabel. A maioria dos participantes da escola mora no morro “Pau da Bandeira”.
A história é narrada por um dos fundadores da escola e descreve os trabalhos de preparação para o carnaval, os ensaios e o desfile final da escola. Vemos nos filme como é a vida no morro e como ela se transforma à medida que chega a época do carnaval. Acompanhamos o desfile da escola na avenida em todos os detalhes e o filme termina com os participantes voltando ao trabalho cotidiano, uma vez terminada a festa.
A imagem e o som direto conseguem captar os personagens com muita naturalidade em seus ambientes cotidianos e suas expressões musicais autênticas.
Manuel Horácio Giménez (diretor)
“Estávamos em plena ditadura militar, fortalecida desde o Ato Institucional nº5, em dezembro de 1968. Era um tempo de opções radicais”, lembra Eduardo Escorel, “quando um pequeno grupo de documentaristas, apoiados por Thomaz Farkas, respondeu com o projeto de fazer conhecer o país”. Para Manuel Giménez foi “uma experiência iluminada, redescobrir a própria realidade: o homem do interior expulso da terra para a cidade grande, o cangaceiro, o futebolista e o sambista na favela”. Thomaz formou um grupo e fez parte dele, como produtor e como fotógrafo, deu o exemplo de como tornar possível o sonho de cada um, não importa o momento em que se viva” acrescentou Maurice Capovilla. O projeto, iniciado em 1964, como Viramundo, Memória do cangaço, Subterrâneos do futebol e Nossa escola de samba, ampliou-se em 1969: uma série de filmes sobre o Nordeste foi produzida por Thomaz Farkas.”
Ficha técnica
1965 / 30min / PB / 16mm
Direção: Manuel Horácio Giménez
Produtor executivo: Edgardo Pallero
Produtor: Thomaz Farkas
Colaborador especial: Dejean Pellegrin
Texto baseado em declarações de: Antonio da Silveira – membro fundador da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel
Narrador: Arlindo Maximiano dos Santos
Fotografia: Alberto Salvá Contel e Thomaz Farkas
Montagem: José Frade e Manuel Horácio Giménez
Efeitos sonoros: Walter Goulart
Assistente de som: Raymundo Guimarães
Fotografia de cena: Dolly Pussi
Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba é um curta premiado, com imagens raras e únicas de Pixinguinha em uma apresentação durante as comemorações do IV Centenário de São Paulo no Ibirapuera. Foi filmado por Thomaz Farkas em 1954 e sonorizado em 2006, com direção do cineasta ecano Ricardo Dias.
“Este é um documentário de curta-metragem inédito que utiliza imagens rodadas em abril de 1954, durante os festejos do IV Centenário de São Paulo, quando fui ao Parque do Ibirapuera com minha Kodak 16mm, de corda, e filmei 6 minutos de um espetáculo maravilhoso do Pessoal da Velha Guarda, com Pixinguinha, Donga, João da Bahiana, Almirante, Alfredinho do Flautim, Jacó Palmieri e Benedito Lacerda. O filme branco e preto esteve desaparecido desde então. Parece que foi de propósito que, num dia em que eu estava verificando velhas latas de meus filmes, ali estava, inteirinho e em perfeito estado, ‘o filme do Pixinguinha’. O que dizer então dos seis minutos da Velha Guarda do Samba, que eu saiba, as únicas imagem em movimento do grupo de que se tem registro? A festa do IV Centenário de São Paulo, o Parque do Ibirapuera: tudo isso, 50 anos depois, fica mais importante. Como não fiz registro de som, apenas as imagens foram documentadas. O Instituto Moreira Sales identificou as músicas que são tocadas pelo grupo (“Ele e eu” e “Patrão prenda seu gado”) e sonorizou o filme. Foram usadas gravações da época e a participação de Teco Cardoso e Betinho Sodré.”
Thomaz Farkas
Prêmios
- Melhor Documentário no Festival de Cinema de Comunicurtas Campina Grande em 2008
- Melhor Edição de Som no Cine PE em 2007
- Prêmio Conterrâneos no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro em 2006
- Prêmio Espaço Unibanco no Festival Internacional de Curtas de São Paulo em 2008
- Prêmio Especial do Júri no Festival de Cuiabá em 2007
- Prêmio Marco Antônio Guimarães no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro em 2006
- Prêmio Saruê no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro em 2006
Ficha técnica
1954 / 2006 / 10min / PB/Colorido / 35mm
Roteiro e direção: Ricardo Dias
Produção executiva: Zita Carvalhosa
Empresa produtora: Cinematográfica Superfilmes
Direção de fotografia: Pedro Farkas e Thomaz Farkas
Som direto: Gabriela Cunha
Edição de som: Daniel Turini
Mixagem: Paulo Gama
Montagem: Marcio Miranda Perez
Pesquisa: José Luiz Herencia e Marcelo Nastari
Direção de produção: Daniel Santiago