Em 2022 me formei jornalista pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Sim: eu me formei pela melhor universidade da América Latina faz quase dois anos – e, na maioria dos dias, sinto que a ficha ainda não caiu. Chegar à USP foi agridoce. A realização de um sonho junto ao não-pertencimento. O medo de não encontrar o meu lugar combinado à certeza de que eu estava justamente onde devia.
O tempo passou e, ao longo dos meses, esse misto de sentimentos passou e eu me permiti me apaixonar pela ECA, “a escola da minha vida, meu amor”, como diz o hino. Foi na ECA que aprendi muito mais do que a prática e a teoria do jornalismo. Aprendi sobre permanência e persistência; sobre amizade e como superar longas distâncias; o que significa aurirroxo; QiB; e aprendi até montar uma barraca.
Desde muito nova meus pais me ensinaram a importância dos estudos, ainda mais quando se vem de um lugar periférico, em que algumas oportunidades não chegam da mesma forma e outras nunca vão chegar. Cresci ouvindo que o conhecimento é a única coisa que ninguém pode tirar de nós, e essa é a mais pura verdade: tudo o que aprendi nesses cinco anos vai sempre seguir comigo, por onde quer que eu esteja.
Hoje, olhando para como tudo começou, sigo grata à rede pública de ensino, ao ENEM, ao SiSU e ao sistema de cotas – implantado apenas um ano antes do meu ingresso na faculdade. Se não fosse tudo isso, não sei se eu teria realizado o sonho, que não é apenas meu, mas dos meus pais, familiares e amigos. Também sou grata a cada experiência, a cada amigo e tudo o que vivi, porque foram eles que me transformaram na pessoa e profissional que sou hoje.
E para a Mariana que tinha vergonha por não saber quem era Hannah Arendt no primeiro ano, que dormia quatro horas por noite para ver as aulas e trabalhar no dia seguinte e fazia de tudo para aproveitar a escola mais incrível que já pisou: foi cansativo, mas valeu à pena. Você nunca esteve sozinha.
Aluna | Turma | Curso |
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Mariana Arrudas | 2018 | Jornalismo |