No Ensino Médio, não estava convicta da minha escolha profissional. Pensei em Direito, Artes Cênicas, Psicologia, cheguei a prestar Relações Internacionais, mas, no ano do cursinho, mudei para o Jornalismo. Meu sonho era estudar na USP.
No dia da divulgação dos resultados, acordei e fui direto para o computador. Devo ter apertado o F5 uma centena de vezes, até que a lista saiu. E. EL. ELI…. ELIANE SCARDOVELLI PEREIRA. Eu estava lá. Vivi um momento de intensa alegria, num ano marcado pela amargura da separação dos meus pais.
A Semana dos Bixos foi de total encantamento. Ganhei o concurso Miss Bixete, me diverti demais com toda a programação. Depois vieram algumas decepções. Muitos dias sem aula pelas sucessivas greves e certos professores desinteressados. Aprendi rápido que quem faz a faculdade é o aluno.
Curti muito o Juca nos dois primeiros anos do curso. A partir do terceiro, não fui mais. Em outubro de 2005, meu melhor amigo, Rafael Azevedo Fortes Alves, da minha sala (Jornalismo noturno 2004), foi morto por um colega nosso na Rádio USP. Uma história chocante que marcou todos nós. O trauma me acompanhou pelos meus últimos anos da faculdade. Acabei me refugiando nos estágios e me afastando bastante da ECA.
Apesar da tristeza profunda, segui. Sou muito grata às portas que a ECA me abriu, a professores como Rosana Soares, e ao intercâmbio, minha primeira experiência fora do país.
Dedico este depoimento ao Rafa, ao Carioca, que vive ainda dentro de mim, me inspirando a ser uma jornalista sensível e comprometida com o mundo, como ele sempre foi.
Aluno | Turma | Curso |
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Eliane Scardovelli Pereira | 2004 | Jornalismo |