Valmir Costa

Valmir Costa, em 2004, quando fazia doutorado na ECA
Valmir Costa, em 2004, quando fazia doutorado na ECA

Conheci São Paulo no dia 7 de setembro de 1996. Era uma tarde de sábado. Fui apresentar meu artigo de iniciação científica pelo CNPq no congresso da Intercom, em Londrina. Foi minha primeira viagem de avião cedida pela UFPE, na qual cursava Jornalismo. Fui pela extinta TransBrasil. Fiz escala em São Paulo. Queria ir à ECA para saber sobre a seleção de mestrado. A ideia era seguir estudando após a graduação.

Aproveitei a cidade no sábado e no domingo. Na segunda, fui à ECA. Sem dinheiro, queria saber se poderia ficar no Crusp até a seleção. Não rolou. Havia me apaixonado pela cidade à primeira vista. Voltei para o Recife. Já formado, não consegui emprego na área. Decidi ir para São Paulo. Era agosto de 1997. Depois de 49 horas de viagem, chegava no Terminal do Tietê. Só trazia a coragem, a cara e um cartão de crédito para rolar dívidas. Fiquei numa república. Quinze dias depois, consegui um trabalho como freelancer.

A ECA abriu inscrições para a pós-graduação. Me inscrevi. Entre trabalho, procurar local para morar, olhar o catálogo de ruas para ver qual ônibus pegar para chegar a tal lugar, não tive tempo de estudar. Fiz a prova de inglês. Tinha que acertar 70% da prova. Difícil, viu? Passei. Ufa!!! Havia a prova dissertativa específica com um tema e a bibliografia recomendada, que não li. Fiz a prova. Antes, tinha visto a lista dos aprovados na prova de inglês. Era o último da lista em ordem alfabética. O único com a letra “V”.

Num dia xis, na hora agá, tinha que ver o resultado, in loco. Os aprovados fariam a entrevista marcada para as 14h30. Sabia que não passaria. Marquei horário com meu trabalho freelancer e fui à ECA. Apenas por desencargo de consciência. No CJE, me dirigi à secretaria. Fui saber do resultado. Já cheguei falando que não tinha passado. A secretária que me atendeu foi a Tânia Magali. Nem sabia o nome dela. Ela pergunta meu nome.

“Veja se tem alguém na lista com a letra V”, digo. Ela olha e não acha. Nenhuma novidade para mim. Começamos a conversar. Ela pergunta se sou baiano. Ela é baiana. Digo que sou pernambucano. Papo vai, papo vem, é hora de eu ir para o meu compromisso de trabalho. “Tente novamente no ano que vem”, aconselha a Tânia. Agradeço.

Então, ela me pergunta: “Mas você não vai me dizer seu nome?”. “Meu nome é Valmir, prazer”, respondo. “Peraí! Valmir de quê?”, retruca. “Valmir Costa”, respondo. “Mas tem um Walmir Costa aqui na lista, mas é com W”, verifica. Após a verificação do número do RG, era eu mesmo. Por um erro de digitação, ou um gracejo meu, quase perco essa vaga. “E você teve uma das melhores notas. Passou em segundo lugar”, acrescenta Tânia, para meu maior espanto. “E agora?”, pergunto.

“Agora espere a entrevista que começa daqui a pouco”, diz Tânia. Percebendo meu nervosismo, me acalma. “Fique tranquilo. O primeiro e o segundo lugares já têm a vaga garantida das cinco”. Ufa! Comecei o mestrado no CJE em Ciências da Comunicação. Orientação de Dulcília Buitoni. Conclui em 2000, ano que não teve seleção para o doutorado. Apenas em 2001 para início em 2002. Também passei em segundo lugar. Fui orientado pelo professor José Coelho. Em 2006 saí da ECA, que tem aqueles prédios áridos. O melhor é o seu entorno.

Aproveitei as cervejas na lanchonete-bar-restaurante da dona Hermínia — regadas a discussões teóricas e sentindo o cheiro da “maresia” que lá exalava — as festas na “prainha”, como a “Quinta i Breja”, no Crusp, na Farmácia, na Química… Tenho boas lembranças da natação no Cepeusp, das refeições com leite no bandejão, do campus da USP em si. Gostava de descer no ponto de ônibus da Faculdade de Educação e caminhar até a ECA. A gente sai da USP, mas ela não sai da gente. É sempre bom voltar àquele campus.

Valmir Costa em 2024
Aluno Turma Curso
Valmir Costa 1998 Mestrado em Ciências da Comunicação (Jornalismo)
2002 Doutorado em Ciências da Comunicação (Estudo dos Meios e da Produção Mediática)
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