Camilo Vannuchi lança livro e podcast sobre Alexandre Vannucchi Leme

Camilo-Vannuchi_Eu-só-disse-meu-nome

Alexandre Vannucchi Leme, torturado até a morte em 1973 quando era estudante de Geologia da USP, é o tema de “Eu só disse meu nome”, do ecano Camilo Vannuchi. Misto de reportagem, biografia e memória, o livro deu origem a um podcast de mesmo nome e se junta às ações de “descomemoração” dos 60 anos do golpe de 1964.

Quem foi Alexandre Vannucchi Leme

Alexandre Vannucchi Leme tinha 22 anos e cursava o último ano do curso de Geologia da USP quando foi torturado até a morte no DOI-Codi de São Paulo, o mais temido órgão de repressão da ditadura militar, chamado de “sucursal do inferno” por seu diretor, o major Carlos Alberto Brilhante Ustra.

Aluno aplicado, primeiro colocado no vestibular, Alexandre atuava no movimento estudantil, denunciava violações de direitos e defendia a volta da democracia. Um ano antes de ser preso, aproximou-se da Ação Libertadora Nacional (ALN), organização fundada por Carlos Marighella, e passou a apoiá-la na universidade.

Foi morto no segundo dia de tortura, em 17 de março de 1973, ainda se recuperando de uma cirurgia. Dom Paulo Evaristo Arns, então arcebispo de São Paulo, ofereceu a Catedral da Sé para a missa de sétimo dia e denunciou publicamente a versão falsa de atropelamento. Com mais de 3 mil pessoas presentes, a homenagem se tornou a primeira grande manifestação de repúdio à ditadura desde o ato institucional nº 5, em 1968.

Em 1970, turma da Geologia na estrada para Itu. Alexandre, de óculos à esquerda na foto, com a mão no ombro do colega, e no destaque em foto 3x4 aos 18 anos (foto: Roberto Nakamura/reprodução Jornal da USP)
Em 1970, turma da Geologia na estrada para Itu. Alexandre, de óculos à esquerda na foto, com a mão no ombro do colega, e no destaque em foto 3x4 aos 18 anos (foto: Roberto Nakamura/reprodução Jornal da USP)
Em 1971, viagem a Bertioga, com colegas da Geologia. Alexandre simula uma decolagem nos ombros de um amigo (foto: Roberto Nakamura/reprodução Jornal da USP)
Em 1971, viagem a Bertioga, com colegas da Geologia. Alexandre simula uma decolagem nos ombros de um amigo (foto: Roberto Nakamura/reprodução Jornal da USP)
Em 1970, recepção aos calouros do curso de Geologia da USP. Alexandre, primeiro à esquerda, tem o corpo lambuzado com óleo em trote comum à época (foto: Acervo Dirceu Pagotto Stein / reprodução Jornal da USP)
Em 1970, recepção aos calouros do curso de Geologia da USP. Alexandre, primeiro à esquerda, tem o corpo lambuzado com óleo em trote comum à época (foto: Acervo Dirceu Pagotto Stein / reprodução Jornal da USP)
Capa-post-em-foco-Alexandre_vale

Sobre o livro

“Eu só disse meu nome”, uma coedição Discurso Direto e Instituto Vladimir Herzog, é uma narrativa lírica e pungente, que combina memórias pessoais com investigação jornalística, num enredo de não ficção que percorre a adolescência de Alexandre em Sorocaba, sua militância em São Paulo, uma reportagem de fôlego sobre as circunstâncias de sua morte e o que veio depois: a busca pelo corpo, a luta por verdade, justiça e reparação, a refundação do DCE Livre da USP, rebatizado de Diretório Central dos Estudantes Alexandre Vannucchi Leme, e a transformação de Alexandre em símbolo de resistência à ditadura.

Arte podcast Eu só disse meu nome

Sobre o podcast

O livro deu origem ao podcast “Eu só disse meu nome”, disponível em todas as plataformas de podcast. Em quatro episódios que resgatam a história não só de Alexandre, mas também do movimento estudantil durante a ditadura, a série reconstitui um dos mais graves casos de violação de direitos humanos praticados durante o regime autoritário inaugurado em 1964: a prisão seguida de tortura e morte do estudante. Mostra como o assassinato de Alexandre pautou a retomada do movimento estudantil brasileiro.

O podcast “Eu só disse meu nome” é uma iniciativa do Instituto Vladimir Herzog, com produção da NAV Reportagens, roteiro e apresentação de Camilo Vannuchi.

Camilo-Vannuchi-quadrado

Sobre o autor

Cinquenta e um anos após a morte de Alexandre, sua história é contada por seu primo de segundo grau Camilo Vannuchi. Jornalista da turma de 1997 da ECA, com mestrado e doutorado em Ciências da Comunicação pela escola, Camilo também é escritor especializado em direitos humanos, autor de livros-reportagens como “Vala de Perus, uma biografia” (Alameda e Instituto Vladimir Herzog, 2020), finalista do Prêmio Jabuti, e “A Alegria é uma responsabilidade política” (Fundação Perseu Abramo e Autonomia Literária).

Foi membro e relator da Comissão da Memória e Verdade da Prefeitura de São Paulo, repórter e editor das revistas IstoÉ e Época SP e colunista dos portais Brasil 247, Carta Capital e UOL. É professor de Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero e secretário de Cultura de Diadema (SP).

Serviço

Lançamento do livro “Eu só disse meu nome”, com noite de autógrafos e bate-papo com o autor: 18 de abril, 19h, Livraria da Travessa (Rua dos Pinheiros, 513)

Compartilhe
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

#main-content .dfd-content-wrap {margin: 0px;} #main-content .dfd-content-wrap > article {padding: 0px;}@media only screen and (min-width: 1101px) {#layout.dfd-portfolio-loop > .row.full-width > .blog-section.no-sidebars,#layout.dfd-gallery-loop > .row.full-width > .blog-section.no-sidebars {padding: 0 0px;}#layout.dfd-portfolio-loop > .row.full-width > .blog-section.no-sidebars > #main-content > .dfd-content-wrap:first-child,#layout.dfd-gallery-loop > .row.full-width > .blog-section.no-sidebars > #main-content > .dfd-content-wrap:first-child {border-top: 0px solid transparent; border-bottom: 0px solid transparent;}#layout.dfd-portfolio-loop > .row.full-width #right-sidebar,#layout.dfd-gallery-loop > .row.full-width #right-sidebar {padding-top: 0px;padding-bottom: 0px;}#layout.dfd-portfolio-loop > .row.full-width > .blog-section.no-sidebars .sort-panel,#layout.dfd-gallery-loop > .row.full-width > .blog-section.no-sidebars .sort-panel {margin-left: -0px;margin-right: -0px;}}#layout .dfd-content-wrap.layout-side-image,#layout > .row.full-width .dfd-content-wrap.layout-side-image {margin-left: 0;margin-right: 0;}