Fui parar na ECA no ano 2000, o primeiro ano em que o Enem começou a fazer parte da pontuação do vestibular. Na época, cursar Música era um sonho distante, entretanto, por já estudar piano desde a infância, eu sabia que o professor Gilberto Tinetti (professor do Departamento de Música da ECA) era uma das maiores referências em piano no Brasil. Deste modo, me inscrevi na Fuvest e, após ser aprovada, me mudei de Piracicaba para São Paulo para iniciar o bacharelado em Piano – que em seguida contou com o professor Eduardo Monteiro, outro grande pianista e professor, sucedendo o professor Tinetti em sua aposentadoria.
Na USP, além de cursar as disciplinas do curso, para mim foi marcante a possibilidade de consultar música (partituras e mídias) na biblioteca. Esse era um tempo em que não existia YouTube nem Spotify, e mesmo CDs, vinis ou fitas K7 de música clássica eram artigos raríssimos (e muitas vezes caríssimos) especialmente entre estudantes. Partituras em “pdf”, que se tornaram corriqueiras em qualquer tipo de estudo musical, também não existiam, e assim pertencer a uma instituição como a ECA fez toda a diferença para minha carreira.
Tenho as melhores lembranças da USP e do período de minha formação pianística, que se estendeu ao mestrado também sob orientação do professor Monteiro. A classe de piano sempre foi incrivelmente forte, e ali aprendemos não somente através das excelentes aulas, mas também entre os alunos através de uma amizade estimulante e troca musical genuína. Nessa época fui premiada em diversos concursos nacionais (entre eles o III Concurso “Nelson Freire”), o que me conferiu definitivamente um destaque como pianista no Brasil. Tais experiências foram especialmente decisivas para meu ingresso como professora de Piano e Música de Câmara da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), onde atuo desde 2013.
Aluna | Turma | Curso |
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Erika Ribeiro | 2000 | Música (Piano) |
2006 | Mestrado (Processos de Criação Musical) |