Eu já tinha completado dois anos da faculdade de Arquitetura quando decidi mudar de rumo. Meu pai comandava na época um escritório grande, e eu já tinha uma prancheta e um canto para mim. Mas sentia que meu caminho era outro. Não seria uma ótima arquiteta. Eu não amava tanto as edificações. Eu amava as pessoas que nelas habitavam (ou não).
Não havia ninguém na família ligado à carreira de Jornalismo. Mas eu comecei a pesquisar sozinha e me apaixonei pela ideia de construir uma carreira a partir das histórias das pessoas. Até hoje é o que eu mais adoro!
Prestei o vestibular sem contar aos meus pais. E só avisei quando fui aprovada. É claro que a mudança causou uma certa crise familiar. Havia uma expectativa sobre a continuidade do escritório. Mas eles entenderam. Eu sempre fui aquela menina tímida e sonhadora, apaixonada por histórias (os contos de fadas eram e permaneceram uma paixão e objeto de estudo) e por todas as formas de arte. Em 1984, ganhei uma bolsa de estudos e fui por alguns meses fazer dança moderna no Studio Peter Goss em Paris. Mas o jornalismo já estava correndo nas veias.
Depois fiz mestrado e doutorado em Artes Interdisciplinares e, mais tarde, minha vida profissional me levou para a docência na USP, a curadoria no MAC USP, para os livros, a arte e, enfim, para a psicanálise.
O que mais fica de toda essa jornada é a abertura que a ECA me deu para vida. Com a ECA eu ganhei vida! Conheci pessoas incríveis de lugares, jeitos, condições diferentes. Fui aceita nesse bazar que é a condição humana. Não precisei mais me proteger atrás da timidez. A ECA foi o grande presente da minha vida e ainda é. Com uma pequena ajuda dos meus amigos…
Aluna | Turma | Curso |
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Katia Canton | 1983 | Jornalismo |
Que lindoooo!!! Que lindaaaa!!! ❤❤❤
Tudo lindo!
[…] da Semana de Arte Moderna, a jornalista, artista visual, escritora, professora de arte e curadora Katia Canton está lançando o livro infantojuvenil Ana e a Semana: Pequena história do modernismo de 1922, […]